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terça-feira, 14 de julho de 2020

O resgate dos valores perdidos.


Na minha vida minha família sempre esteve em primeiro lugar. Na realidade não temos uma só família, temos varias: a primeira é a família raiz, seus pais, avós, irmãos, tios. Você pode ter algum problema com sua família raiz, todos temos, mas ela nos fornece a base do quem somos e não é atoa que um dos Dez Mandamentos é "honrar pai e mãe". Muitas vezes meus pais foram extremamente severos comigo e agradeço muito por isso, porque essa severidade me moldou, me tornou quem sou hoje e eu gosto muito de como sou. 

Aí eu cresci, estudei, trabalhei, me formei e casei. Aí entra a segunda família, a que é realmente a "sua família". Meu marido veio da família raiz dele, e juntos tivemos encontros e desencontros, acertos e erros e nos tornamos realmente uma família, um lar, um ninho para criar nossos filhos. E vem então aqueles seres que são realmente muito importantes para você, a ponto de, se precisarem de um transplante de coração, você diz "pode pegar o meu, eu doo". Uma vez me disseram " os filhos são a coisa mais importante do mundo para nós, mas nós não somos para eles, porque serão os filhos deles" e é verdade. 


Bem, tudo isso para observar que a pandemia aparentemente recolocou as coisas nos seus lugares, que muitas pessoas sacaram a importância da família, o suporte que ela dá, o necessário apoio que vem dela. Minha mãe morreu faz muito tempo, fez falta mas quando meu pai se foi eu pensei que se tudo desse errado na minha vida eu não tinha mais para onde voltar e a sensação é muito ruim, porque a casa de seu pai é e será sempre a sua casa  também. É interessante achar alguma coisa boa na pandemia, e se isso existe para mim foi o resgate dos valores perdidos. Toda moeda tem dois lados e todas as coisas que acontecem também. 

quarta-feira, 1 de julho de 2020

Intervalo: o que ajuda no novo mundo da pandemia.

Recebi de minha sobrinha querida Mariana Paal Martinato e achei muito bom. Então compartilho com vocês porque isso complementa minha postagem anterior:


Assisti a um bate papo com o psicanalista Christian Dunker e morri de vontade de vir aqui contar uma coisa que ele falou. Ele disse que saímos de um processo de hiperaceleração e que entramos no modo slow motion. Mesmo quem acha que está trabalhando mais na pandemia, está na verdade sentindo é aflição, uma sensação de estar correndo, enquanto as coisas em volta acontecem mais devagar, como se estivesse mergulhado numa piscina ou flutuando no espaço, onde as coisas acontecem em ritmo próprio. Do real para a tela, a gente corre o risco de perder aqueles espaços de respiro, quando se locomovia de um lugar para o outro, ou parava para um café, ou cumprimentava alguém. Esses “respiros” serviam para delimitar o tempo e estabelecer os limites de uma atividade. Mas esse "tudoaomesmotempoagora" faz com que aconteça com a gente a mesma coisa que com os espeleologistas (exploradores de carvernas): emenda de atividades sem noção da passagem do tempo, sem relação com o corpo. Como se estivéssemos às cegas, indefinidamente...



Você se sente assim? Então a palavra mágica para você é INTERVALO. Vamos colocar na sua vida intervalos restauradores (programe o alarme, se necessário). Microintervalos, nos quais você vai beber água, tomar um café, espreguiçar, olhar pela janela, mexer nas plantas ou qualquer outra coisa que interrompa o loop e te lembre que você não é um autômato! Lembra o que eu falo nas consultas? Até na corrida de Fórmula 1 eles param nos boxes! Também é bacana tentar seguir os ciclos de claro/escuro: trabalhe de dia, durma de noite; deixe a janela aberta para acompanhar a luz do dia e a temperatura/clima. O corpo depende dos ritmos circadianos para funcionar melhor. Estabeleça faixas de horário para as refeições, e abdique de telas nesse momento e nos intervalos. Vamos começar? Depois me conta! Com carinho, @marciadaskal