Você já percebeu
que algumas construções trazem saúde e prosperidade para seus usuários,
enquanto outras não parecem ser especialmente benéficas para as pessoas que
nelas habitam ou trabalham?
E aquele imóvel da
esquina, aparentemente um bom lugar, mas onde já se abriram e fecharam um sem
número de negócios? Na última vez foi aquela loja tão bem montada e que não
durou nem dois meses aberta.
E aquela conhecida
que, depois que mudou para aquele maravilhoso apartamento nos jardins, nunca
mais teve saúde?
E aquela promoção
que seu amigo esperava há anos e só veio depois que ele conseguiu mudar de
casa?
E aquela casa que
seu cunhado começou com tanto carinho e não consegue terminar?
E o seu chefe que,
depois de mudar a escrivaninha de lugar nunca mais foi o mesmo?
Todas as perguntas
anteriores podem ter muitas respostas, mas um estudo da interação das
construções com seus usuários nos leva a descortinar um universo no qual é
possível perceber que existem certos fatores, como energias que fluem e
influenciam a vida das pessoas.
Não basta uma boa
estrutura, uma excelente impermeabilização, nem mesmo um projeto
arquitetonicamente perfeito para tornar uma edificação saudável em todos os
sentidos.
Há milênios o
homem se preocupa com essas energias. No antigo Egito uma das maiores
preocupações dos faraós, sacerdotes e construtores dos palácios, pirâmides,
túmulos e templos era sua localização correta, inclusive em relação a algumas
estrelas. Havia regras precisas e muito claras a esse respeito. Eles
acreditavam que o simples erro de alguns graus numa localização faria com que
se perdesse a sintonia com o todo e catástrofes inimagináveis daí viriam. A
astronomia e seus muitos instrumentos de precisão foram desenvolvidos
exatamente em função disso.
Os Maias, no
antigo México, possuíam observatórios astronômicos para obter precisão de dados
tanto para edificações, como para realização de rituais. A construção de suas
pirâmides e templos também obedeciam a regras, o que pode ser constatado pelas
direções precisas e que sempre se repetem.
Na Inglaterra, o
monumento de Stonehenge obedece a uma orientação baseada na posição do sol no
momento dos solstícios e dos equinócios. Estudiosos que se dedicaram à análise
astronômica através dos tempos, dão conta da precisão das leituras astronômicas
daquela época.
Não é aceitável
que todos esses estudos e conhecimentos deles gerados, tenham sido em vão.
Nossos ancestrais possuíam uma grande ligação com a natureza e o cosmo, uma vez
que não estavam tão envolvidos com a toda a tecnologia atual que nos seduz, mas
também nos afoga, cortando nossos liames com as energias universais.
Como nosso
objetivo é conhecer as energias que afetam as construções, vamos rever quais os
conhecimentos antigos e quais as ciências empíricas que tratam do assunto. Vamos,
neste artigo, falar do Feng Shui.
O Feng Shui
O Feng Shui, originário
da China e respaldado num sólido conhecimento de cinco mil anos, trata do
movimento das energias ao longo do tempo, mas sobre o solo. Estuda como elas se
distribuem e atuam na área que circunda os imóveis, provindas tanto de outros
imóveis como de acidentes geográficos que tenham influência na circulação das
energias. O Feng Shui também considera a Terra como um ser vivo e, como tal,
passível de tratamento pela tradicional medicina chinesa.
Aliás,
o conceito de medicina na China tem muito pouco a ver com a medicina ocidental.
Enquanto essa é basicamente corretiva, isto é, trata das doenças, a função do
médico chinês sempre foi manter o individuo saudável e, para isso, ele recebia
seus honorários. A partir do momento em que surgia alguma doença na família,
seus proventos cessavam até a cura completa do paciente. Da mesma forma o Feng
Shui tem esse caráter preventivo, suas técnicas são utilizadas para evitar que
males de saúde, financeiros e emocionais se abatam sobre as pessoas que se
utilizam às construções.
A base do Feng Shui é o I Ching,
o mais famoso pilar da sabedoria chinesa, embora já tenha sido confundido com
superstição ou magia. O Feng Shui é uma ciência natural, praticada com arte e
capaz de prover boa saúde e prosperidade. Isso é conseguido graças a uma
correta e harmônica distribuição em relação aos campos energéticos que existem
sobre a terra e para fazer essa distribuição e ajustes, são usadas as Teorias
do Yin e Yang e a Teoria dos Cinco Elementos.
O Feng Shui, entretanto, só começou a ser conhecido, no Ocidente, há
pouco tempo e, para isso, há uma boa explicação: o regime comunista da China
continental queimou a maior parte dos livros existentes sobre o assunto,
considerando-o superstição e coisas ligadas ao velho regime dos imperadores. O
que restou desse conhecimento ficou restrito a China insular, para onde fugiram
os especialistas na área, levando o que sobrou do conhecimento escrito. Hoje,
para muitas técnicas que usamos no Feng Shui pode não haver uma explicação
documentada, mas através da tradição oral elas são validadas pela aplicação
prática. Foram os norte-americanos que descobriram essa velha sabedoria e, de
certa forma, foram responsáveis pela sua introdução no Brasil.
Há várias escolas no Feng Shui, mas existem entre elas princípios comuns
os quais, como você vai ver, muitas vezes coincidem com a sabedoria de nossos
antepassados europeus. As principais escolas são a da Forma e a da Bússola.
A Escola da Forma vai analisar
todo o entorno do imóvel, ou seja, a topografia do terreno, o curso dos rios se
houver, a vegetação existente, os outros imóveis próximos, enfim, formas e
volumes que cercam o imóvel analisado. A tudo isso se junta a pitoresca
apresentação chinesa das energias através das formas animais: atrás de seu
imóvel fica a tartaruga protegendo suas costas de qualquer ataque; a sua
esquerda fica o tigre branco; a sua direita o dragão, o mais auspicioso animal
do universo chinês e, finalmente, a sua frente fica a fênix que, como todo pássaro,
precisa espaço para voar. Mas não se impressione com todo esse zoológico pois
são apenas representações simbólicas de energias.
A Escola da Bússola leva em conta a direção da entrada de energia no
imóvel, o que se obtém através de uma bússola. Com base nessa direção e na data
de nascimento dos habitantes, ou dos frequentadores do imóvel, são localizadas
as direções mais propicias para cada atividade diária das pessoas.
Todo o trabalho do verdadeiro Feng Shui é bastante complexo e envolve
cálculos, desenhos e um vasto trabalho de análise. É possível, porem, saber
quais são os princípios básicos que um consultor da matéria analisaria num
primeiro momento, e que você também pode observar antes de comprar seu imóvel.
(Continua )
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