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terça-feira, 17 de agosto de 2010

Um pouco mais de historia do Feng Shui.

Na filosofia taoísta considera-se que o destino do homem está determinado por três forças.

l. A sorte que vem dos céus

2. A sorte que vem do homem

3. A sorte que vem da Terra.

A sorte que vem dos céus é imutável, e é determinada pelo disposição planetária no cinturão zodiacal, quando do momento do nascimento. Os Avatares – seres de grande estatura espiritual – eram reconhecidos pelos grandes videntes, entre outros sinais, pelo mapa astral do recém nascido, por sinais em suas mãos de seus pés. Lá estão assinalados todas as suas predisposições espirituais e psicológicas.

A sorte que vem do homem, é determinada por nosso livre arbítrio, estando controlada totalmente por nossos pensamentos e sentimentos. É aquela que modela a matéria prima que trazemos em nossa bagagem (sorte dos céus). As religiões, e todo um conjunto de doutrinas perpetuadas em todas as civilizações, tem por objetivo, antes de mais nada, lapidar-nos em direção a nossas metas e permitir que possamos bem aproveitar a nossa bagagem genética, atávica ou kármica, como queiram.

Já a sorte que vem da terra, origina-se de um conjunto de forças controláveis pelo conhecimento humano. Este poder emerge para a vida a partir da observância dos ciclos da natureza. Este poder foge do homem comum e emerge na consciência de quem se volta à interpretação da linguagem das árvores, dos animais, do cursos dos rios, da trajetória dos ventos, enfim, vem da compreensão dos ciclos do tempo e da natureza visível. O Feng Shui é esta linguagem. É o estudo dos ritmos da vida na matéria, é a geometria, a forma, o tempo e o espaço. Não importa se foram os chineses que perpetuaram este conhecimento, pois na verdade, todas as antigas civilizações desenvolvidas, prosperaram pelo uso de conhecimentos semelhantes a estes. Usamos o Feng Chinês e sua terminologia como um método, primeiro por não podemos andar por duas estradas ao mesmo tempo e segundo pelo fato deste mesmo tipo de conhecimento perpetuado por outras civilizações como a Hindu na arte conhecida como Vasthu Shaastra Ter uma aplicação extremamente voltada a construção e não para o "conserto" do que já está construído e principalmente por estar fortemente ligada ao panteão religioso hinduísta, o que forçosamente implica em um conhecimento teológico complexo a fim de uma compreensão mais profunda.

Uma das dificuldades encontradas pelos ocidentais na aprendizagem desta arte é o fato do Feng Shui ter sido desenvolvido por uma cultura analógica, onde a interpretação da vida e dos acontecimentos não era puramente dedutiva, lógica mas sim perceptiva e comparativa com o demais fenômenos da natureza. Isto pode ser facilmente observado na língua chinesa, em sua escrita, onde o ideograma transporta-nos uma idéia, uma associação com uma árvore, com um homem, ou seja lá com o que for.

Esta milenar arte chinesa não combina com pressa ou ansiedade, características típicas do comportamento ocidental. Seu domínio não se relaciona com a acumulação quantitativa de informações, e sim com o amadurecimento de conhecimentos simples que facilmente florescem em mentes um pouco mais "Zen".

Por esta razão, não pode ser entendida como ciência, não obstante os princípios matemáticos que regem toda sua estrutura. É mais do que compreensão. É um exercício de percepção. Não é um olhar para além do horizonte e sim a observação do que temos sob nossos pés.


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