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domingo, 8 de agosto de 2010

Dia dos Pais.


Hoje é Dia dos Pais. Já não tenho mais o meu presente aqui na terra, mas ele está sempre comigo. Meu pai era o contador de piadas, de historias, de poesias e amante dos boleros. Sempre estava bem humorado. Ele contava piadas sobre tudo e todos, ninguém ficava de fora, ninguém era exceção. Apelidos então, nem se fala, tinha de tudo. Se ele ficava doente ou surgia alguma dor, novas historias eram geradas.

Meu pai estava sempre disposto a ajudar alguém, mesmo que isso o prejudicasse de alguma forma. Dizem que a diferença entre bom e bobo é uma linha muito tênue. Meu pai nunca se preocupou em não cruzar essa linha: seu coração sempre ditava suas ações.

De família muito humilde, nunca perdeu a simplicidade, a noção de que todos somos iguais.

Quando ele estava no hospital, num dos últimos meses de vida (ele morreu com 91 anos) a ultima coisa que eu o vi fazer foi tirar a máscara de oxigênio e declamar uma poesia para sua nora favorita.

Aí um dia ele morreu. No seu enterro muitas pessoas foram, velhos amigos, pessoas que ele ajudou (e a gente nem sabia), filhos, netos e bisnetos. Todos riam contando as piadas dele e choravam porque sabiam que não iam ouvi-lo mais.

Todos os dias me lembro de meu pai, falo uma frase, uma piada dele e peço a Deus que quando eu for encontrá-lo, deixe a mesma saudade gostosa , a mesma adorável lembrança que ele deixou para todos nós.

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